Era uma
vez um menino chamado João. O João tinha 6 anos e era um menino muito amoroso,
mas muito, mas muito mal comportado. Por volta dos dois anos os pais do João
experienciaram as primeiras “birras” e as primeiras verdadeiras “asneiras” do
João. Entenderam que era a chamada “idade das birras” e aguentaram o melhor que
puderam, aplicando diversos métodos de educação através de dicas de amigos e
familiares e através dos livros e artigos de educação que foram lendo. Como
nada parecia funcionar, confortaram-se com o facto de que o João estava na
“idade das birras” e que ia passar… Aos 4 anos os pais do João começaram a
ficar um pouco preocupados com o comportamento do João. A idade das birras
nunca acaba? questionavam eles.
O João era
um menino sempre apoiado e incentivado, elogiado, premiado, e amado. E os pais
do João não entendiam de onde vinha àquele comportamento. Eram pais bastante
ocupados, com carreiras importantes, e estavam a começar a sentir-se esgotados
com a situação do filho. Castigos de todo o género, palmadas, time outs,
ultimamente até tinham instituído um quadro de bom comportamento lá em casa.
Uns dias até parecia que o João estava motivado para receber o barco de piratas
do Playmobile… outros estava-se a borrifar. O número de auto-colantes colocados
no caminho para a prenda, ainda eram poucos, e os pais do João estavam mesmo a
desanimar.
Certo dia,
a mãe do João consegui acabar o projeto em que estava a trabalhar um pouco mais
cedo e viu que ainda dava para ir às compras antes de ir buscar o João à
escola. Mas este dia a Mãe sentiu algo diferente, sentiu uma vontade enorme de
ir buscar o João e leva-lo com ela às compras. Mas, ela estava maluca? Levar o
João às compras? Não, mais valia fazer as compras primeiro e depois ir buscá-lo
à escola, “ele fica melhor a brincar com os amiguinhos mais um pouco”. A Mãe
sentou-se no carro, ligou a música, distraiu-se, e quando deu por ela, estava a
porta da escola do João! Sorriu, e pensou. “Pronto, hoje é mesmo para ser. Vou
fazer compras com o João.” E inspirou profundamente.
As compras
com o João correram surpreendemente bem. Só houve uma pequena chatice quando a
mãe se recusou de comprar mais Bakugans, mas de resto, ela estava realmente
satisfeita. Ainda por cima, durante o tempo todo, ela e o João tiveram uma
agradável conversa e a Mãe sentiu-se mesmo presente.
Ao
sair das compras decidiram ficar um pouco a brincar no parque infantil que
estava mesmo ao lado do supermercado. O João ficou feliz da vida e correu para
os baloiços. A Mãe aproveitou para fazer um telefonema importante enquanto o
João brincava. Ao desligar, olhou para o telefone, e decidiu desligar o som,
sem sabendo bem porquê. Ouviu o João a chamar. “Mamã, mamã! Olhe para mim aqui
em cima!” A mãe viu o João em cima do maior escorrega do parque. Sentiu um
pequeno frio na barriga quando viu o filho tão alto, mas não disse nada. Olhou
para o João, olhou-o mesmo nos olhos, por uns momentos só existia ela, e o
filho… sorriu, levantou a mão, e acenou.
Muito baixinho disse “Estou-te a ver
João, estou-te a ver…”. E ali, naquele momento, percebeu, que o João nunca mais
ia ser o mesmo. Que a vida daquela pequena família ia ser muito mais tranquila
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