quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Auto-estima da criança. Mini-dicas para educadores

Tenho recebido alguns pedidos de dicas para trabalhar a auto-estima de crianças nas escolas. Aqui vão algumas ideias relacionado com este assunto!

Em muitos estudos feitos em escolas, reparou-se que tanto os pais como os pedagogos dão muita atenção ás meninas pela roupa que vestem de manhã. Meninas, mais que rapazes, têm a tendência de mostrar a roupa que vestem e ouvem comentários como “és muito bonita”, “pareces uma princesa”. Por outro lado o menino que mostra a camisola nova do Batman vai ouvir que é “muito fixe” e que parece “um homem grande” ou qualquer coisa do género. Ter muita atenção por causa da aparência põe em risco a auto-estima da criança, tornando-a muito dependente da aparência. 

Imagem daqu
Além disso também se verifica que os meninos muitas vezes recebem elogios pela forma que utilizam o seu corpo “és muito forte” ou “foste muito rápido”. As meninas recebem mais elogios em relação às coisas que fazem, tipo “ desenhaste muito bem” ou “foste muito bonita quando ajudaste”. 

A auto-estima é uma sensação que me diz que ”eu sou fixe só por ser eu”. A auto-confiança tem a ver com aquilo que sei fazer. Sou boa a tocar o piano, ou a fazer desenhos por exemplo. Com uma boa auto-estima sei que sou aceite por quem sou, independentemente se fizer o “certo” ou o “errado”, ou se fizer as coisas “bem” ou “mal”. Se a criança tiver muita atenção positiva relacionada com o aspecto ou com aquilo que ela faz, ou seja, atenção que julga a criança, ela vai tender a ter uma fraca auto-estima, e em situações de “falhanço” vai se sentir sem valor.

O que é que se pode fazer então? Muita coisa! Aqui vão apenas umas pequenas ideias.

Dá atenção à pessoa, não a aparência ou a prestação!

Quando a criança mostra roupa nova, diz algo positivo em relação a peça de roupa, por exemplo “A camisola é azul como seu, quais outras coisas azuis conheces?” ou “Que bom ter uma camisola tão quente agora que é inverno, ou o que achas?”

Não valoriza a aparência da criança (principalmente não em frente às outras crianças)

Mantém o foco na criança, e não na prestação, por exemplo: “que bom que construíram aquele barco juntos”, “que bons olhos que tens que conseguem encontrar cores tão bonitas para pintar” 

Incentiva o menos típico

Se a criança tiver a oportunidade de treinar competências novas, e ao mesmo tempo receber bom reconhecimento (e não elogios), ajudamos a criar uma auto-imagem mais forte. Especialmente se nos focarmos nas coisas menos típicas para meninos e meninas. Para meninas podemos dar atenção especial reforçando diferenças, incentiva-las a ocuparem mais espaço num grupo, competir e ser persistente, ter coragem de opinar. E nos meninos podemos reconhecer por exemplo situações de afecto e carinho, incentivar a entreajuda e cuidado dos outros, colaboração em duplas. 

Vamos todos começar a reconhecer as crianças pelas pessoas que são e focar-nos menos naquilo que elas parecem e sabem ou não fazer?!